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Entidade Elástica

Entidade Elástica é um núcleo de estudos e criação em teatro que investiga a instabilidade como força criativa. O nome evoca corpos e relações que resistem não pela rigidez, mas pela capacidade de se esticar, dobrar, esgarçar e, às vezes, romper. É também um espaço de escuta e costura — em que fios simbólicos e materiais tecem os atravessamentos entre o íntimo e o social, entre o cotidiano e o trágico.

A pesquisa do núcleo parte da imagem do fio têxtil como metáfora dramatúrgica e corporal: aquilo que conecta, sustenta, mas também enrosca, aperta, arrebenta. O fio é o nervo exposto da cena. A Entidade Elástica se interessa por essas tensões — por personagens que vivem no limite da compressão, do cansaço, do ataque de nervos — e que, diante do colapso, revelam camadas profundas de sentido, beleza e resistência.

A dramaturgia do núcleo é atravessada por uma escuta sensível do presente, valorizando a superfície das coisas: os objetos da casa, os hábitos, os silêncios, os gestos mínimos. Mas, por trás dessa aparência comum, pulsa o trágico — entendido não como espetáculo grandioso da queda, mas como uma espécie de afundamento sutil, íntimo, quase invisível.

O núcleo nasce com o desejo de articular pensamento, cena e escrita a partir de um ponto de vista implicado e poroso. Sua primeira criação, a peça “Essas pessoas da sala de jantar”, emerge do esgotamento diante do trabalho e da busca por sentido, para construir um retrato fragmentado da desconexão contemporânea — e da tentativa, elástica, de sustentar alguma forma de existência sensível.

TEMAS DE PESQUISA

  • O trágico no cotidiano – investigação de pequenas rupturas, colapsos sutis, esgotamentos silenciosos e "ataques de nervos" como manifestações contemporâneas do trágico.

  • O corpo elástico – corpo que sustenta, cede, enrijece, adoece ou se desfaz; estudo das relações entre corpo e trabalho, corpo e afeto, corpo e performance social.

  • O fio como dramaturgia – o têxtil como linguagem poética e estrutural: costura, tecido, rasgo, trama, nervura, borda, dobra, laço e desfiamento como metáforas de cena, de relação e de linguagem.

  • Poéticas do colapso – estudo de personagens e situações em estado de tensão máxima ou falência simbólica, emocional, social; a cena como campo de exposição e elaboração dessas rupturas.

  • Espaços domésticos e afetivos como campo dramatúrgico – a casa, a sala de jantar, os hábitos, os objetos, as refeições e as conversas como território de investigação teatral.

  • Sensibilidade como método – valorização da escuta, da pausa, do silêncio e da fragilidade como potências estéticas e políticas.

  • Costura entre o íntimo e o coletivo – a partir de experiências pessoais e corporais, o núcleo busca reverberações mais amplas, tocando questões sociais, de gênero, de classe, e de subjetividade contemporânea.
     

 

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