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O processo de autoconhecimento na Tecelagem Terapêutica




São muitas as formas possíveis de se trabalhar terapeuticamente o processo de autoconhecimento. Seja na arte, meditação, estudo ou terapia com o apoio de um profissional capacitado, o primeiro passo é querer. É preciso disposição e desejo em realizar esse mergulho. Assim acontece com o tecer: é preciso uma ação voluntária do ato.


Tanto no tecer quanto no processo terapêutico, de uma forma organizada e consciente, ou não, um plano é traçado. A peça que se quer tecer e as motivações para que seja tecida, a forma de fazer e os materiais que serão utilizados, o que é preciso aprender e o que já é sabido, para que só então a tessitura possa acontecer.


O mesmo planejamento é feito no processo de autoconhecimento à partir da tecelagem de palavras e fios, a fim de atender às demandas que surgem e são trazidas como queixa na terapia. Assim, desenvolvemos o olhar para a potência do indivíduo e também para as suas limitações e dificuldades. Ora para desenvolver novas habilidades, ajudando a lidar com dores, emoções e sentimentos, ora para elaborar crenças, frustrações e padrões estabelecidos.


O tecer nos traz pistas e funciona como um mapa. É um reflexo externo e materializado do que está acontecendo internamente. Este aprendizado consciente nos mostra o que pode ser empregado no processo de tecer. Se há uma estrutura fixa no indivíduo com pensamentos e fala repetitiva, ou a sensação de que as situações e angústias se repetem continuamente, pode ser proposto um crochê livre, como em uma gola circular com pontos diferentes a cada carreira.


Já se há a necessidade de leveza, com pensamentos e movimento mais fluido na vida e no tecer, a proposta pode ser de tricô com os braços ou crochê de dedos de forma lúdica e divertida. Porém, caso exista uma maior necessidade de estruturação e organização de pensamentos, com rotina e padrão constante, pode ser trabalhado o tricô ou o crochê contínuo com o mesmo ponto.


Além disso, a análise do processo envolve ainda a escolha das cores, das ferramentas, da técnica e dos recursos da tecelagem que podem ser um convite para a elaboração simbólica neste trabalho. Cada ferramenta de tecelagem carrega em si uma série de símbolos pessoais e coletivos.


O produto do trabalho realizado com as mãos pode durar um dia ou mesmo meses para ser finalizado, depende de cada pessoa, do querer, do tempo disponível e de muitos fatores. É importante lembrar que na tecelagem terapêutica o objetivo é também o processo e não somente o produto final.



Um convite: Faça seu próprio museu de tecelagem terapêutica: guarde as peças ou tire fotos de cada uma delas para acompanhar o seu processo de autoconhecimento, a sua evolução, desenvolvimento e aprendizados. As peças tecidas dizem muito sobre quem o criou. Aproveite o mergulho!

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